terça-feira, 11 de dezembro de 2012

HO - HO - HOLD



Se você quer saber minhas impressões sobre o open day, clique aqui. Para assessment day, clique aqui. Para final interview, clique aqui. Para saber o que eu quero ganhar de presente de natal, clique aqui!!!

Agora em clima de fim-de-ano da globo... hoje é um novo dia de um novo tempo que começou. Tempo de continuar esperando, porque a vida não tá fácil!Fácil mesmo é comprar a nova tec-photo por 25 parcelas de R$69,99, mais 4 trimestrais de R$99,99 - e se não atrasar nada, a ultima parcela sai de graça. E você ainda ganha um descontão pra comprar sua iogurteira top-term. ***Desconsiderem o ultimo paragrafo, por gentileza!***

Bem, já deu pra sentir que o negocio é rir pra não chorar. Muitos que tem acompanhado minha "saga" me perguntam se tive novidades, mas, eu estou esperando que elas venham junto com as boas energias de ano novo. Enquanto isso eu, muitos candidatos meninos e algumas candidatas permanecemos em modo de espera. Provavelmente com novidades só para o final de janeiro ou fevereiro - sendo que eu completarei um ano de espera em fevereiro.

Se bem que, do jeito que a coisa está aqui no Brasil, esperar parece ser dos males o menos pior. Com o fechamento da Webjet, demissões na laranjinha, quase um ano sem contratações na vermelhinha e mudanças estruturais na passamedo passaredo; as cias aéreas internacionais estão sendo o "scape slide" dos que se agarraram no sonho de voar. Tem gente até com dinheiro coragem de ir pro Uruguai e adjacências fazer processo seletivo pra Qatar ou outras empresas.

Pelo menos até agora não houve mudança no procedimento de seleção dos novos garotos a ingressar na companhia aérea, de forma que eles precisam ter alguma língua exótica além do inglês. Mas, é sempre bom verificar quais são os requisitos que a empresa está enfatizando na vez. Se você está vendo essa postagem numa data posterior ao mês de sua publicação, eu recomendo que se itere dos requisitos junto com os headhunter da Fly Right que organizam todo o processo seletivo da Emirates aqui no Brasil. Eles também tem uma página no facebook super útil que é a fonte de toda e qualquer informação oficial que pode ser dada sobre o processo seletivo e a empresa, aqui no Brasil.

Nesse meio tempo de espera, terminei minha temporada do "Show do Chaves" em São Paulo, fiz a apresentação de encerramento do curso de musical que estava fazendo e que, por sinal, faço desde os 13 anos de idade. Chama-se Teen Broadway, e o espetáculo experimental que apresentamos foi Wicked. Eu era o Dr Dillamond, vulgo professor bode.


 (Elphaba e o bode - eu)

(O bode simbólico, aparentemente!)


Agora estou estipulando novas metas para o ano que vem, considerando que a contratação da Emirates pode, na pior das hipóteses, não acontecer. Eu sei que é preciso pensar positivamente, mas, convenhamos que durante esse ultimo ano eu tive tempo pra pensar em todas as possibilidades, incluindo as menos agradáveis. Daí, já tenho em vista um outro emprego no setor de aviação e o retorno à faculdade. Mas, isso ainda é um plano C, pra ser aplicado só em ultimo caso.

Bem, como não sei se voltarei a ter novidades que me façam escrever aqui novamente até o final do ano, gostaria de aproveitar o mote pra já desejar BOA$ FE$TA$ e um PRÓ$PERO ANO NOVO  pra todos os leitores dos 18.000 acessos desse pequeno blog. Fico imensamente satisfeito em saber que, de alguma forma, as informações que tento dividir por aqui tem ajudado pessoas a chegarem mais próximas de seus sonhos de voar. Já dizia a moça verde da foto logo acima, num trecho de uma música do musical Wicked: "Everyone deserves the chance to fly". Ando so do you my friends!


É isso aí. Esse foi/ tem sido um ano de grande ansiedade e algumas angustias pra mim, mas, espero poder dividir ótimas noticias muitíssimo em breve.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

RIEN DE RIEN ...


Antes de mais nada, gostaria de agradecer a toooodos que ao longo destes últimos meses tem acessado e deixado mensagens de incentivo, dúvidas e até "uma" crítica, filha única, nesse espaço. Nesse mês, o mês do meu aniversário, chegamos a um total de 15.000 acessos; melhor presente seria impossível. Eu acho isso bastante pra um simples blógzinho assim, tão novo. E eu agradeço a todos por dividir comigo informações e acompanhar minha agonia nessa espera que, de tão longa, só poderá trazer bons frutos. Não vejo a hora de poder contar mais sobre o treinamento da companhia aérea em que for trabalhar, seja ela qual for.


Agora sim. Depois dos agradecimentos, aqui estou mais um dia ... não, não estou "sob o olhar sanguinário do vigia". Eu, aparentemente, dei um tempo nas postagens porque... bom, porque não tinha nada de novo pra dizer! He he he. Quero dizer, na verdade eu até havia recebido uma mensagem ha uns 4 meses atrás que dizia o seguinte:



Dear Applicant

With reference to your application and interview for the position of Cabin Crew; regrettably we need to inform you that due to fully booked training courses and specific operational requirements, we are still unable to proceed with your formal offer of employment at this point of time. Therefore, we will place your file temporarily on hold for another three months.

We hope to be able to confirm that you have been selected; after this three month time period, and we will keep you informed if we are able to progress with your offer any sooner. Please update us if your contact and personal details change from that given in the application.


Kind regards,



  Pois é, essas foram as ultimas palavras formais e concretas que recebi deles, no dia 22 de junho. As ultimas até agora, pois recebi um outro e-mail deles, com exatamente o mesmo conteúdo, me colocando ON HOLD por mais 3 meses. Há ainda pessoas de outras nacionalidades (nenhuma delas tupiniquim) que receberam o e-mail de rejeição, mesmo após alguma espera ON HOLD. Na verdade, o que existe é muuuuita especulação, muitas informações de fontes X  e muitas pessoas enchendo o mundo de pessimismo. (X  =  incógnita). 


(Eu sigo firme e forte no tricô e na paciência)

Eu continuo otimista e enchendo minha vida de atividades, pra não ter tempo de pensar besteiras sobre esse processo todo de espera. Essa situação de NO ANSWER, no momento, está acontecendo somente para os meninos. As moças continuam a ser contratadas normalmente e as que estavam em modo de espera, já foram contratadas ou estão em vias de ser. De fato, pros rapazes a coisa está meio tensa, pois tornou-se um pré-requisito falar em nível "upper intermediate" árabe, alemão, russo, chinês, vietnamita ou holandês - ou outra língua germânica ou asiática - além do bom e velho inglês, que é obrigatório.  Eu até falo árabe, mas, por enquanto ele é básico. Bem básico! Tipo, sei ler e escrever e tenho algum vocabulário mas ele ainda é bem básico. Fin fon fun pra mim... 

Os meninos que fizeram o processo seletivo comigo, em fevereiro/ março, continuam ON HOLD também e há muitos outros aguardando respostas pelo mundo. Alguns daqui do Brasil até estraram em contato com o RH da Emirates em Dubai buscando alguma novidade, mas eu sou mais paciente. A resposta que um deles obteve ao ligar pra lá foi a seguinte:

"I JUST CHECKED YOUR FILE HERE, FOUND BY YOUR EMAIL AND IT IS STILL ON HOLD. So we are just waiting for dates for start trainment from the high management since we have a lot of applications and files on hold.

He asked: And whats the meaning of ON HOLD? Does it means I've been approved?

She replied: Yes, it is just a matter of time now for us to call you."



Então, let's cheer up and keep everything going positively! Pelo menos para nós brasileiros, tudo continua positivo,  já que alguns rapazes em outros países que estiveram por um ou dois períodos ON HOLD receberam aquele temido e-mail de rejeição. Mas, foi meio que esclarecido que eles tinham mais de 30 anos e não se enquadravam em algum pequeno parâmetro da seleção, daí essa eliminação - ainda que posterior - desses candidatos. Ninguém confirmou nada sobre o fato de eles terem mais de 30 anos ou qualquer coisa dessas, então, oficialmente, continua não existindo idade limite pra ingressar na empresa. Ou seja, foi um refinamento ainda maior dos candidatos já selecionados, já que agora a situação deles é de maior procura do que oferta de postos de trabalho.

Claro que essas exigências de línguas e nacionalidades variam de acordo com períodos específicos e demandas específicas da empresa e, se você está lendo esse post numa data posterior ao mês de sua publicação, sugiro que consulte o site da Fly Right pra verificar os requisitos atuais e se atualizar quanto a procedimentos e locais da seleção. Para acessar o site da Fly Right, clique AQUI. 

De resto, continuo trabalhando no hotel e agora ainda estou no Show do Chaves Animado, que está em cartaz no circo dos sonhos na Barra Funda - em São Paulo; e estou fazendo um curso de musicais chamado Teen Broadway, e vamos apresentar WICKED no dia 4 de dezembro, no teatro Frei Caneca. E agora arrumei um outro hobby... mas, sobre isso eu falo em um próximo post. Ufa!!! Dá pra perceber que tenho ocupado minha mente em outras coisas, né! É ou não é, ou não é? É!!


É isso aí, 
Vamos continuar esperando pra quem sabe uma hora voar...


sábado, 4 de agosto de 2012

CATARATAS DEL IGUAZÚ, ITAÍPU E PARAGUAY

Em julho resolvi fazer algo diferente, coisa que faço pouco: viajar! E, como é mês de férias escolares e o preço das passagens e hospedagens vai às alturas, resolvemos, meu amigo Caio e eu, fazer alguma viagem aqui no Brasil mesmo. E como é caro viajar dentro do Brasil, einh!? Nossa, a maioria dos destinos pelos quais me interessava aqui no Brasil custava mais do que aqueles básicos 3 ou 4 dias em Buenos Aires. Depois "não sabem" porque o brasileiro viaja tão pouco dentro do próprio país. Anyway... fiz umas pesquisas felizes no decolar.com e encontrei preços muito bons. Saindo na sexta, dia 27, e voltando na segunda, dia 30, o preço da viagem ficou em R$456,00 por pessoa, incluindo passagem aérea e hospedagem. A passagem aérea da gol saiu por R$256,00 e a hospedagem, R$200,00 por pessoa para um quarto duplo no hotel Líder Palace. Para deixar tudo ainda mais barato, eu fechei apenas a parte do hotel pelo decolar.com... e a passagem aérea, comprei diretamente do site da Gol, pra economizar a comissão do decolar.com sobre minha compra. Eu faço "o mão fechada" mesmo!

Na ida, embarcamos em Guarulhos, para o voo 1716 da "laranjinha"". A decolagem foi pela pista 27 R... e misericórdia... ôôôh pista no fim do mundo. kkk ... Ficamos uns 10 minutos pra chegar na cabeceira da pista e alinhar. Mais um pouco e a gente chegava no Piauí! Mas, enfim. Alguns momentos depois daquela demonstração "bonita" dos itens de segurança da aeronave, feita com a maior empolgação pelos comissários da "laranjinha", nós descobrimos um delicioso brinde no assento do Caio:

(Um chicletão vermelho)

(Limpa essa aeronave, não é?!)

E assim, já começamos a viagem nos despedindo da camiseta nova da Calvin Clein que o Caio tinha comprado na viagem anterior à Argentina. Os comissários, meio grossos, até tentaram ajudar a tirar o chiclete, mas, não deu muito certo. Quando chegamos em Foz do Iguaçu mais uma surpresa: Foz é um daqueles aeroportos bem pequenos, sem finger nem nada, onde você desembarca do avião e ANDA até o terminal. Glamour ZERO! Mas, ok. Tudo para ver as cataratas do Iguaçu. Depois ficamos em dúvida de como ir pro nosso hotel. Podiamos pegar um taxi ou ir de ônibus. resolvemos ir de ônibus!

(ônibus para o centro)

O ônibus sai de um ponto pequeno, na extremidade esquerda da plataforma do meio do terminal de ônibus anexo ao aeroporto. Gente, é bem pequeno! Não tem como não achar... saindo pelo porta do aeroporto, é só atravessar a ruazinha do desembarque de passageiros e andar para a esquerda. O ônibus custa R$2,65 e vem escrito "Terminal" no letreiro. Deste terminal, que fica ha uns 40 minutos do aeroporto, você pode pegar outros ônibus para outros pontos da cidade - sem precisar pagar a passagem novamente. Para o hotel onde nos hospedamos, a linha de ônibus era a 102, que passa por toda Av Juscelino Kubitschek. O hotel ficava no número 3146. Chegamos lá por volta das 16h e, depois do check in, resolvemos curtir um pouco a piscina feliz no hotel e seus agradáveis 12 graus de temperatura. Depois de quase morrer de tanto tremer, saímos da água e resolvemos ir jantar... no Paraguay! Porque, sim, é super fácil ir e vir pro Paraguay ou pra Argentina desde Foz, que faz parte da tríplice fronteira entre esses países e o Brasil.

E lá nos fomos, andando! Sim, porque pegar um ônibus seria algo fácil demais, e estávamos realmente perto da fronteira. Eu, inocente, achava que seria um lindo passeio até o país amigo. E lá fomos nós passear pelo bosque. Por sinal, só nós fomos passear pelo bosque aquela noite - não tinha uma alma viva na rua. Quando eu falo que não tinha ninguém é porque não tinha NINGUÉM mesmo! Tinha alguns caminhões e carros passando muito de vez em quando. Daí eu pensei: "Ah, normal. Isso é fim-de-tarde em  cidade do interior". Na hora de atravessar a ponte da amizade, a mesma coisa: NINGUÉM! A travessia demorou uns 10 minutos, e eu lá todo empolgado por estar indo a outro país a pé. Que transgressor. Uau! kkk

Chegamos ao outro lado e eu queria passar no posto da aduana pra pegar o visto. Acho que eu fui a única pessoa nessa década a pegar o visto paraguaio, porque o agente de imigração olhou com uma cara de desolação pra mim, do tipo: "pra que, meu filho?". Fora isso, no meio processo de imigração ele recebeu um telefonema... e atendeu... e eu fiquei mais uns 10 minutos (de verdade) esperando ele terminar de conversar sobre a vida. atravessamos a aduana e chegamos ao outro lado daí... foi isso! As 19h já estava quase tudo fechado.  Exceto o Shopping del Este.

(Shopping Del Este)

Então, fomos jantar... em um restaurante de comida brasileira, onde pagamos em reais pra comer arroz e feijão - era o que tinha pro dia! Aproveitamos pra conhecer algumas lojas do Shopping Del Este, que tem coisas muito legais. E, sim, os preços são bons! Mais baratos que no free shop. Mas, nessa noite estávamos apenas passeando e logo voltamos pro hotel. Também voltamos porque as 20h tudo começou a fecha. Antes tivemos que passar novamente na aduana e ver outros olhares desacreditados de que tínhamos pegado visto.


COMPRAS NO PARAGUAY

No dia seguinte, sábado, a previsão do tempo dizia que poderia chover no fim da tarde. Então, depois do café da manhã decidimos ir novamente pra  Ciudad Del Este pra fazer nossas comprinhas. Dessa fez, fomos de ônibus, bem cedo, umas 9h da manhã no Brasil - o que seria 8h da manhã no Paraguay. Na frente do hotel mesmo nós pegamos o ônibus internacional que vai pra Ciudad Del Este. O preço da tarifa é R$4,00. Até pensei em colocar uma foto dele aqui, mas, tem alguns vários modelos diferentes e no letreiro dele estará escrito "CIUDAD DEL ESTE - PONTE". Não tem erro. Atravessamos a ponte, dessa vez, de ônibus. O trajeto já é um preview das "maravilhas" que você vai ver. 

(Em São Paulo não tem mais outdoor. Então, tiro foto quando vejo um! kkk)

E lá chegamos. Aquele inferno! Caramba, não sei de onde vem tanta gente, como as pessoas conseguem se organizar no meio daquela zona, como conseguem saber onde ir sendo que não tem um número nas lojas, não vi nenhum nome de rua. Difícil. Mas, fomos às compras. Nosso esquema era bem simples: como estávamos em duas pessoas, eu perguntava o preço, o Caio mostrava interesse e eu desdenhava até o vendedor dar um ótimo desconto. Dá certo. Aliás, nunca aceite o primeiro preço que eles te oferecerem. Sempre pergunte por um desconto ou promoção. E, sim, vale mais a pena pagar em dólar! Eles tem umas cotações muito loucas pra pagamentos em real... me perdi horrores. Tome cuidado também com pagamentos em cartão de crédito, pois os preços são transformados em "guarani", a moeda local... e ninguém (nem mesmo eles) sabem direito a cotação dessa moeda hiperinflacionada. Pra se ter uma idéia, em uma das lojas eu gastei aproximadamente U$600.00, o que correspondeu a 3.500.000 guarani! Nunca tinha gasto 3 milhões em nenhuma outra moeda! Foi legal...

(Só tirei uma foto no Paraguay. medo de ser assaltado!)

Minha irmãzinha, rica, me pediu uma porrada de coisas. Ela gosta daquela marca Michael Kors, daí tivemos que procurar bolsas e relógios pra ela. os preços são incrivelmente menores do que seriam aqui no Brasil ou em qualquer outro free shop. Aliás, a cidade toda parece um enorme free shop no meio de uma enorme favela. é muita sujeira, muita porquice, muita gente diferenciada por metro quadrado. Eu achava que só ia encontrar muambinhas made in China por todo lado, me surpreendi com a qualidade e quantidade de marcas que eles vendem. E tem umas lojas com o interior lindo, organizado e perfumado e o exterior parecendo aquela usina de Chernobyl, depois das explosões nucleares.

Fora isso, enquanto você caminha pela rua os vendedores te perguntam o que você procura e tentam convencer a entrar nas lojas. Dica: não vá em qualquer lugar só porque o vendedor está sendo simpático; isso pode ser, no mínimo, perigoso ou não te levar exatamente à loja que você deveria ir. Melhor mesmo é dar uma pesquisada nos preços das coisas aqui no Brasil, pra ter alguma noção e não ser enganado. Depois de muitos desses caras me importunarem, me puxarem, e me acompanharem pela rua eu já estava com meus pacovás cheios e, tive que dar uma resposta pra um deles. Ele mandou aquela frase básica, e eu respondi com a maior seriedade :
Vendedor:  O que você procura?
Eu: A paz mundial!!!

(Mapa de compras no Paraguay)

Eu só visitei algumas lojas realmente legais, como a Monalisa, que é uma enorme loja de departamentos que mais parece um free shop verticalizado em vários andares dentro de um prédio; tem também a Casa China, que vende coisas de marca com preços incríveis e a Sax que é a mais fina de todas - e, consequentemente, tem os maiores preços. Nessa loja Sax fica a tão comentada loja da Ferrari, com roupas e acessórios mas, posso falar, não achei a menor graça. Os preços são terrivelmente altos e os produtos são fim-fom-fum de esquisitos, mas, pra quem gosta é um prato cheio. Fora isso, tem várias outras lojas e shoppings onde você pode encontrar coisas interessantes. Eu, francamente, não me lembro direito onde fica nada naquele lugar, porque é tudo muito bagunçado. Eu imprimi vários mapas com os endereços das lojas, mas, lá na hora não consegui encontrar quase nenhuma das que estavam no mapa.
Os preços são realmente interessantes: Victoria Secrets por U$10,50; polo da Lacoste por U$62,00; camiseta da Abercrombie por U$33,00; calça diesel por U$99,00 ou U$150,00... e tantas outras coisas com preços bizarros de tão barato. Eu até perguntei pra algumas vendedoras se as coisas eram originais, mas, dá pra sentir pela qualidade de tecidos e detalhes que são sim. Aliás, como sou mala aberta, fui super fazendo amizade com a vendedora da loja Casa China, que vende muitas marcas com preços absurdos de baixo e promoções do tipo: "50% de desconto no segundo item da sua compra, não importando a marca". Olhando pra roupa dela,  me lembrei daquelas garçonetes do Hooters, aquele restaurante onde as moças te servem de shortinho do é o tchan "mastigando atrás" e top. Essa simpática vendedora tinha subir e descer as escadas com a mão na frente da perseguida, pra ninguém ver nada... porque economizaram bastante tecido na saia delas!

(A Doris, vendedora da Casa China)


O Caio ainda comprou um X box 360 com kinecti que, sozinho, já excedia nosso limite de compras que não passa de irrisórios U$300,00. A vá que alguém vai pro Paraguay e só gasta isso!? Na volta, não sabíamos como passar pela rigorosa vigilância da receita federal na ponte da amizade. Então, a Doris nos recomendou  que voltássemos de taxi, porque seria mais difícil de nos pararem. E resolvemos fazer isso mesmo. Quando era umas 2h da tarde, e já estávamos muitos dólares mais pobres, pechinchamos um táxi para atravessar a ponte, o que custou R$30,00 - poderia ter saído por R$25,00 com um outro taxista, mas, não fui com a cara do sujeito - e lá fomos nós. Na frente do carro estava o Caio com minhas compras. Embaixo do banco minha mochila com as compras da minha irmã e eu atrás, com o vídeo game. O carro da frente passou normalmente pela receita federal e, bem na nossa vez, fomos parados. O taxista, todo gago, abriu o porta malas (que estava vazio) e foi logo falando que não tínhamos comprado muita coisa. O policial federal perguntou o que o Caio levava e eu respondi que era Victoria Secrets e roupas. Daí, ele abriu a porta de trás e bateu na caixa do vídeo game e perguntou o que era aquilo. A anta do taxista ia falar "vídeo ga"... daí, eu atravessei ele e disse, com aquela vozinha fina de mentira: "sapato". O policial olhou pra mim e falou: "Sapato? Hum... pode ir.". Quase estraguei minha cueca nessa hora, mas, deu tudo certo.

(A sacola camuflada, com o vídeo game do Caio)


HIDROELÉTRICA DE ITAÍPU

De volta ao Brasil, decidimos aproveitar o fim da tarde visitando a usina hidroelétrica de Itaípu. Eles tem varias opções de passeios super interessantes e visitas guiadas. Os preços são acessíveis e estudantes pagam meia. Mais informações, só clicar AQUI. Fomos de táxi, porque já estávamos atrasados para o ultimo passeio especial pelas instalações da usina, que deveria começar as 16h. Chegamos meio atrasados e perdemos o vídeo explicativo do inicio do passeio, mas, dá pra assistir pelo youtube também. O passeio foi super gostoso e nele visitamos vários mirantes, o interior da hidroelétrica, a sala de uma das 20 turbinas da hidroelétrica e vários pontos interessantes.

 (Começando o passeio em Itaípu. Já atrasado!)
 (A saída das turbinas)

  (Micos da vida com esse boneco de lata)


   (O passeio é todo guiado, em português e bom inglês)

   (os registros de entrada de água nas turbinas)

  (Tem que fazer uma macaquice)

  (Alto ou distante?)

  (Foto auto-explicativa)

  (1 km de corredores)

   (Companheirão de viagens)


  (Passeio cansativo, né!?)

  (O eixo de um dos geradores)

   (Eixo do gerador 2)

  (Minha vez de fazer macaquice)

(As aventuras de Caio em Itaípu)

Fora esse passeio que nós fizemos, que custou cerca de R$56,00 por pessoa (lembrando que estudantes pagam meia entrada) tem outros passeios como a visita à iluminação noturna da barragem da hidroelétrica, o pólo astronômico, o museu ecológico e outras coisas mais. Vale a pena, realmente. De volta à cidade, ainda aproveitamos para fechar a noite com um delicioso rodizio de sopas na Oficina do Sorvete.


CATARATAS DO IGUAÇU

Depois do nosso passeio ao Paraguay, faltava no nosso roteiro de "coisas obrigatórias pra fazer em Foz do Iguaçu" a visita às tradicionais Cataratas do Iguaçu. Mas, minhas pesquisas na internet revelaram que o passeio no lado brasileiro do parque das cataratas está mais pra um programa da 3º idade do que qualquer outra coisa. Daí, decidimos fazer o roteiro mais "adventure" mesmo e ir para o lado argentino das cataratas. Detalhe: começou a chover MUITO assim que saímos do hotel. Para chegar lá é preciso pegar um ônibus que vá para Puerto Iguazú, na argentina. Os ônibus passam pela Av Juscelino Kubitschek e pelo terminal central de ônibus, no ponto lateral externo, que fica ao lado do ponto de táxi e da lanchonete "Corujão". A tarifa custa R$4,00 e é necessário descer do ônibus pra fazer imigração na Argentina, portanto, não esqueça o passaporte ou RG (aceito somente para brasileiros).

Na nossa vez de ir pra lá, acabamos desdendo na primeira parada da aduana, junto com outros estrangeiros, porque ninguém avisou nada no ônibus em qual das paradas nós deveríamos desder. resumo da ópera: não pegamos um ticket que o motorista tinha que ter nos dado e tivemos que pagar outra vez a passagem, além de esperar 40 minutos pelo próximo ônibus, já que o mal educado e mal intencionado motorista brasileiro foi embora assim que atravessamos uma ruazinha, dentro do complexo de aduana. Pra completar a confusão, eu apresentei meu passaporte - achando que era pra obter o visto argentino - e, só depois da moça carimbar o passaporte ela percebeu que eu era brasileiro... e o que ela tinha carimbado era o visto de saída de estrangeiros do Brasil. Uma competência sem tamanho.

De volta ao ônibus, fizemos a imigração e chegamos à rodoviária de Porto Iguazú, onde começaram as surpresas. Eu havia lido em um blog que a passagem de ônibus entre a rodoviária e o parque custava $10 pesos argentinos, o passeio de barco até bem perto das cataratas $100 pesos por pessoa e a entrada do parque argentino custava $35 pesos. No passado pode até ter custado isso mesmo. Atualmente, em julho de 2012, os preços são:

Ônibus de ida e volta: $50,00 pesos - eles saem de 20 em 20 minutos da rodoviária e do parque.
Entrada do parque: $75 pesos
Passeio de barco: $150 pesos


(Guichê de compra das passagens para o parque das cataratas)

(O ônibus que leva até o parque das cataratas)

Total: $275 pesos ou, mais ou menos R$137. Ainda assim, é mais barato que o passeio no lado brasileiro onde a entrada do parque custaria R$35 e o passeio de barco R$140 - lembrando que esse passeio é bem mais monótono. O único problema pro Caio e eu é que nós só tinhamos $400 pesos que, tecnicamente, dariam e sobrariam. Tivemos que fazer a compra dos passeios e do ônibus em reais e ainda comprar coisas na lojinha na entrada do parque pra poder ter o troco em pesos. Uma loucura.

Dentro do parque, tem um trenzinho que passa por três estações: Entrada - Central - Garganta do diabo. Eu recomendaria começar a visita indo até a estação Garganta do diabo de onde você tem que caminhar mais 1 quilometro e um pouquinho sobre passarelas de ferro sobre o rio até chegar à queda principal das cataratas. Depois é possível voltar sobre essas mesmas passarelas e toma o trenzinho até a estação central, onde é possível fazer o passeio superior, que leva a varias outras quedas d'água que não podem ser vistas do lado brasileiro das cataratas; e por fim o passeio inferior que, além de outras quedas d'água também leva até a entrada dos passeios da IGUAZÚ JUNGLE, que tem a aventura náutica (passeio que leva até bem próximo das quedas das cataratas). Lembrando que esse passeio de barco é pra se molhar completamente. Eles dão uma bolsa de plástico pra você colocar suas tralhas e levar consigo, mas, eu não recomendo ninguém tentar tirar fotos ou levar a câmera na mão, porque molha MUITO!

(No trenzinho, indo para a garganta del diablo)

(Todos tão felizes...)

(Vamos mergulhar)

(A núvem d'agua perto da garganta do diabo é muuuito forte. Ou será a chuva?)

(Na garganta do diabo)

(Passarelas sobre a água)

(Nosso almoço)
(Entrada do paseo superior, com varias quedas d'água não vistas do lado brasileiro)

(Gasparzinho e o salto dos hermanas)

(Primeira nas cataratas* só os fortes entenderão)

(Cataratas)

(Mais cataratas)

(E mais cataratas...)

(Água pra burro!)

(E mais cataratas)

(Paseo inferior - mais quedas d'água e entrada para o passeio de barco)

(Molhado, ninguém é feliz!)

(Molhado ninguém é feliz 2)

O passeio também vale muito a pena. Nesse caso, só não foi mais divertido porque estava chovendo muito e porque, pra completar a nossa alegria, eu escorreguei no primeiro degrau de uma das escadas de metal do parque e fui quicando até o ultimo - ao todo foram 15 degraus, um roxo enorme no popô, dores na perna,  um pulso aberto e uma escoriação funda na mão. Mas, continuei o passeio ... porque o lugar todo é muito bonito e interessante. Não é o tipo de passeio que eu faria com a minha mãe. Acho que eu levaria ela do lado brasileiro das cataratas, porque as trilhas são longas e as caminhadas são cansativas. É bem mais interessante do que as descrições que lí sobre o parque na parte brasileira. Ainda assim, pretendo voltar lá em um dia de sol pra conhecer mais sobre o parque argentino e conhecer também a parte brasileira. Ver toda aquela força da natureza é revigorante e reforçou algumas convicções não-religiosas que possuo. Nessa viagem ficou faltando conhecer o parque das aves, ir ao jantar no Rafain churrascaria e bater um pouco mais de perna pela cidade de Puerto Iguazú, que pareceu ser muito bonitinha quando passamos de ônibus por ela. 

Ao voltar para o hotel, já estávamos muito cansados. Jantamos por lá mesmo, em um buffet até que legal, mas, a comida é daquelas que você come pra se sentir saciado e não pra degustar ou apreciar. Nosso voo no dia seguinte seria as 6h50 da manhã, então, acordamos cedo, tomamos um táxi e fomos direto pro aeroporto, onde é necessário passar malas e sacolas por um aparelho de raio X da receita federal. Então, cuidado! Se fez muitas compras, procure tirar as embalagens originais pra poder "dar uma de louco" e falar que aquele produto já é usado. #FICAADICA

É isso aí! Uma aventura e tanto. Super recomendo!

PS: Caros coleguinhas, eu recomendo que antes de visitar algum dos pontos turísticos que citei nessa postagem você primeiro busque informações atualizadas sobre valores, horários de funcionamento e disponibilidade das atrações para evitar frustrações ou programações equivocadas que prejudiquem sua diversão e o aproveitamento da viagem. Falo isso porque eu confiei em valores e outras informações que vi pela internet e acabei tendo algumas surpresas. Seja precavido e aproveite o melhor que cada viagem pode te oferecer!



Obrigado pela visita, e tenha uma ótima viagem!

sábado, 21 de julho de 2012

ENQUANTO ISSO, NA ALA PSIQUIÁTRICA...


Nossa,

Fiquei impressionado de como tem gente seguindo esse meu bloguinho (ou blogzinho) feliz! Muitas pessoas vem me perguntar coisas no facebook; algumas pessoas me reconheceram no meu trabalho e eu até fui vitima de tietagem na rua, dá pra acreditar? Fenomenal! Tô curtindo...

E a maior parte das pessoas me pergunta se obtive alguma resposta. A resposta é não! Nada! Nula! Niente! لا شيء ! Niks! Nothing! Nichts! Tidak ada! Tô sabendo hoje o mesmo que sabia no post passado. Aliás, acho até que tô por dentro de mais algumas coisinhas, mas, nada demais. Tipo, ouvi algumas reclamações de uns comissários que tão insatisfeitos com a empresa, mas, francamente, nem me abalo. Gente insatisfeita tem de monte e uma coisa que a Emirates não faz é esconder o jogo. A gente sabe pela Emirates mesmo  como será quando chegarmos lá e, se não for ainda melhor, pior é que não vai ser. Umas reclamações sobre férias e coisas do tipo... mas, convenhamos, em que empresa você tem 30 DIAS de férias no ano e pode escolher e dividir esses 30 dias como você preferir!? Tipo, pode ter 15 "férias" de 2 dias, 10 de 3 dias, uma de 15 outra de 5, outra de 8 e outra de 2 dias... quer dizer, você configura suas férias como quiser - de acordo com as disponibilidades da empresa também, claro. Anyway...

No mês passado, junho, as ultimas meninas que tinham feito processo seletivo comigo e com a galera que ainda está em hold embarcaram pra Dubai. Todas estão amando e eu estou babando nas fotos que elas tem postado, morrendo de vontade de me juntar a todos eles lá também. As meninas que faziam parte do grupo criado pela FlyRight no facebook, com os candidatos em modo de espera, foram chamadas nessa semana. Fiquei muito feliz por elas... são umas uruguaias super simpáticas.Mas, enquanto isso não acontece, tô tendo muita coisa que fazer por aqui. E, sobre "o chamado" dos meninos, até agora, nada!

(Aguardando pelo CHAMADO da EK)

Desde maio estou trabalhando em um hotel: O Howard Johnson Inn - Faria Lima. O hotel é bem bacaninha, e é interessante lidar diretamente com clientes. Tem uns que são muito gente boa, mas, tem uns também que são o ó do borogodó. Quer uma dica: nunca trate o recepcionista de um hotel mal. Ele tem poderes! kkk ... Ele tem o poder de escolher um quarto bom ou ruim pros hóspedes, de dar cama de casal ou de solteiro (não preciso nem dizer qual é mais confortável), bloquear telefone, internet e coisas do tipo. Então, seja legal e ninguém se machuca tudo fica bem! Não acho que queira essa profissão pelo resto da minha vida, mas tô me divertindo com as pessoas daqui. Fora isso, fico em contato direto com hóspedes estrangeiros. Estou tendo que forçar bem meu espanhol... praticamente parindo a língua!

E tô treinando meu inglês também com vários sotaques e descobrindo como vai ser difícil entender certos falantes. Impressionante como algum nativos tem uns sotaques loucos e barely compreensíveis (tipo, Sul Africanos, Escoceses e alguns britânicos). Os sotaques mais fáceis de entender são daquele povo que não tem o inglês como língua materna, tipo, os indianos, africanos em geral (tirando os "sul"), latinos em geral e os árabes. Fiquei amigo de um Iraniano, o Sr. Mohamed, que me deu uma caixa de malban, um docê àrabe feito com pistache, em recompensa por ter dado pra ele uma paçoquinha da festa de São João que teve no hotel. Ele disse que foi por gratidão ao acolhimento e receptividade que os brasileiros tiveram por ele. Também fiz contatos com uma indiana muito simpática, que veio acompanhada do sobrinho ao Brasil porque ele estava participando de um simpósio de biologia. Eles moram em Nova Delhi e me ofereceram hospitalidade caso queira ir pra lá um dia. EU VOU MESMO! kkk

Fora isso, agora em junho tive as apresentações do musical que estava ensaiando desde novembro do ano passado: Canção do Coração - Brooklyn (O Musical). Uma peça que significou muito pra mim e me ensinou muitas coisas, nem todas elas coisas "boas" sobre as pessoas, mas, valeu a pena.

(Eu sou esse do meio, do cabelo rastafári)


De resto, tudo continua quase que na mesma: esperar, esperar e esperar. Mas, como dizia o grande escritor Herman Hesse: "Tudo que um brâmane precisa saber é jejuar, meditar e esperar".

É isso aí, vamos (continuar esperando) e voar...

sábado, 7 de julho de 2012

FAZER OU NÃO O CURSO DE COMISSÁRIO NO BRASIL?

Se você procura informações sobre o "Open day da Emirates", clique AQUI
Se você procura informações sobre o "Assessment day da Emirates", clique AQUI
Se você procura informações sobre a "Final interview da Emirates", clique AQUI
Se você não procura por nada, encontre-se!

Meses atrás eu fiz a prova da ANAC pra comissário de bordo, depois de ter terminado o curso que fiz entre outubro e fevereiro. Mesmo sabendo que não é necessário ter feito o curso anteriormente pra se tornar comissário na Emirates eu resolvi fazê-lo, pra ter certeza se era isso mesmo que queria pra minha vida. Naquelas... todos estavam falando que o mais difícil era a avaliação da ANAC e tal, mas, depois de tê-la feito eu percebi que o mais difícil é realmente esperar que tudo aconteça. Eu terminei o curso em janeiro deste ano (2012) e fiz a sobrevivência na selva no dia 4 de fevereiro que, por sinal, foi a véspera do dia do meu derradeiro Open Day, do dia 5 de fevereiro. Aliás, chamar aquele passeio no sítio de "sobrevivência na selva" é muita bondade minha. Enfim, daí só consegui marcar minha prova pra maio, porque a escola demorou uma vida pra informar meu nome pra ANAC e a ANAC demorou outro tanto pra disponibilizar a data pra minha avaliação. Agora, pelo menos, eu também posso ser comissário aqui no Brasil, isso é, se empresa do rabo vermelhinho quiser voltar a contratar comissários, coisa que ela não faz desde o ano passado, nééé?


(Aprovado na ANAC)

Algumas pessoas me perguntaram se vale a pena fazer o curso de comissário aqui no Brasil, mesmo sem ser pré-requisito da Emirates. Eu, como nerd que sou, acho que vale a pena estudar qualquer coisa nessa vida, pois uma hora a gente acha utilidade pra o que aprendeu. O curso me ajudou muito a amadurecer e até mesmo mudar minha mentalidade quanto a "o que é" ser comissário de bordo e "o que faz" um comissário de bordo. Muito se engana quem acha que comissário é o bandejeiro bonito ou bonita que agarra a silver tray e sai distribuindo barrinha de cereal pros passageiros. Tá, eu ei de convir que, dependendo da cor do "rabinho" do avião e da companhia em que você trabalhar, pode ser isso mesmo, mas, ser comissário não é só ser um manequim educado, bem vestido, cheiroso e arrumadinho que sorri e acena na porta do avião e serve os amendoins, a água, guaraná, guaraná light, coca, coca zero e suco del vale mais sabores pêssego e laranja. O comissário faz mais do que a parte de "hospitalidade" de um voo. Ele é o principal responsável pela segurança e organização da cabine e dos passageiroso. Claro que tem glamour em arrastar sua bela malinha pelo saguão do aeroporto, enquanto todos pensam que você está rico(a) e indo pra mais um belo destino em algum lugar do mundo ... mas, tem a parte não-glamourosa da coisa, que envolve servir uns passageiros chatos exigentes e segurar a cabeça da criança desacompanhada, que viajam sob sua responsabilidade, enquanto ela tá enjoada e vomitando mais que a menina do exorcista dentro daquela minúscula tupperware, também conhecida como "o banheiro do avião".

Já pensou que a responsabilidade de centenas de vidas pode estar na sua mão? Uma porta mal fechada pode derrubar um avião. Sério! Um comissário mal treinado pode matar todo mundo durante uma evacuação ou durante uma emergência a bordo. Imagine você servir uma refeição no voo com um ingrediente que você não conhece, o passageiro pode ter um ataque alérgico ... daí, se você não souber como proceder, essa pessoa pode morrer. Imagine um passageiro que entra em pânico durante um voo e contagia outras pessoas, que bagunça que não viraria um voo assim se não houvesse um comissário de bordo pra tranquilizar, informar e calar a boca esses "queridos" passageiros.


Aliás, já parou pra pensar que toda decolagem e pouco são emergências em potencial? Pode haver alguma pane, algum problema, alguma corrente de vendo que desestabilize o avião, alguma adversidade... alguma EXPLOSÃO... e se você não estiver disposto e preparado pra lidar com essas situações muitas vidas podem se perder, incluindo a sua e a dos seus colegas de trabalho. Fora que, ser comissário de bordo é viver no perigo... literalmente... porque a gente trabalha no MEIO DE DOIS TANQUES GIGANTES DE COMBUSTÍVEL ALTAMENTE INFLAMÁVEL! Ou seja, se você for realmente louco pra topar todas essas situações, pelo menos tem de ser um louco responsável pra realizar seu trabalho da melhor maneira possível. E essa mentalidade diferente sobre os comissários de bordo serem mais do que "garçons voadores", eu acho que obtive depois de fazer o curso de comissário. O conteúdo do curso, na escola onde fiz, foi o seguinte:

» Maquiagem
» Psicologia aplicada ao atendimento ao público
» Sistema de Aviação Civil 
» Regulamentação da Aviação Civil 
» Regulamentação da Profissão de Aeronauta 
» Segurança de Vôo
» Conhecimentos Básicos sobre Aeronaves 
» Navegação Aérea 
» Meteorologia 
» Aspectos Fisiológicos da Atividade do Comissário de Vôo 
» Primeiros Socorros na Aviação Civil 
» Emergências a Bordo 
» Sobrevivência 
» Fatores Humanos na Aviação Civil » Combate ao Fogo 
» Sobrevivência na Selva e Primeiros Socorros após Acidente Aéreo
» Sobrevivência no Mar 

E, fora isso, também tive a parte da sobrevivência no sítio, onde a gente faz algumas simulações de evacuação de aeronaves, orientação por bussola, montagem de acampamento e obtenção de provimentos, purificação de água, procedimentos para ditching (pouso na água), primeiros socorros após acidente aéreo e combate ao fogo. Como eu não estava, é... digamos... muito "empolgado" com essa parte do curso, como punição, eu acabei carregando a galinha que é abatida, preparada e servida no acampamento no final do dia. Acabou que eu super me diverti com ela, o que deixou as pessoas mais bravas ainda, porque eu bem tava gostando de passear com a "MAGALINHA" (sim, eu dei um nome a ela), mas, a pobrezinha acabou indo pra panela. Panela não porque não tinha esses luxos lá: ela foi esquartejada e assada na fogueira!

Os custos do curso de comissário variam muito, mas, geralmente são em torno disso:
R$200,00 - matricula
R$1500,00 - curso total (eles geralmente dividem esse valor ou dão desconto pro pagamento à vista)
R$100,00 - material didático (poucas são as escolas que ainda cobram por isso)
R$300,00 - curso de sobrevivência no sítio, digo, selva...

E mais...
R$200,00 prova da ANAC
R$250,00 Avaliação médica pra emissão do CCF - certificado de capacidade física
R$400,00 Exames necessário pra emissão do CCF

O total de gastos vai variar entre R$3.000,00 e R$4.000,00, dependendo da escola de aviação, da região onde realizar o curso e das despesas variáveis. Mas, pensando bem, vale a pena pois o salário inicial de um comissário varia entre 3 e 5 mil reais. Qual é a profissão onde você amortiza os gastos com sua formação após 1 ou 2 meses de exercício da função?! É, ou não é ou não é?! É...


(Empurrando o trolley, já pra treinar!)

Já me perguntaram se eu recomendo a escola onde fiz o curso. Eu, de verdade, não "recomendo" nenhuma escola! Não por achar que alguma seja ruim, mas, porque acho que são todas muito parecidas. Eu recomendo sim que a pessoa escolha o curso na escola onde o curso seja mais barato, mais próxima da sua casa e que tenha bons professores - FICAADICA# assista uma aula experimental antes, pra saber se seus professores não são uns poios despreparados! Eu, por exemplo, tinha uma professora que não sabia (até eu contar pra ela) que o cálculo usando períodos de tempo é diferente porque a contagem é hexadecimal...  mas, ok! E, achar que a escola vai te encaminhar pra algum processo seletivo é um pensamento um tanto "despretensioso", já que tem professores e funcionários das escolas que sequer conseguem colocação profissional pra eles mesmos. O QI (quem indica) conta muito nessa hora, mas, não é tudo porque, felizmente, o processo seletivo de comissários de bordo costuma ser bem exigente - devido a vaaaasta oferta de mão de obra. No mais, você terá de estudar muito por conta própria todo conteúdo que cai na prova na ANAC e que não é passado nas escolas de comissários, porque as escolas só passam o conteúdo obrigatório e não se aprofundam muito em nada pra deixar os cursos mais rápidos e, consequentemente, mais baratos. Procure um site como o piloto brasil ou piloto comercial pra fazer muitos simulados das provas e vá atrás da informação.

Terminado o curso e estudados os simulados, eu fui fazer a prova da ANAC. Das 80 questões, eu errei só 5 e consegui gabaritar dois dos quatro blocos da prova. Achei que tive um bom desempenho, mas, repito: isso aconteceu porque eu estudei por conta! Muitos dos meus colegas de turma que só estudaram durante o curso e só o que foi ensinado no curso foram reprovaram em alguns blocos, e teve gente que foi reprovada em tudo. Então, FICAADICA# estudar por conta é a pedida pra ser aprovado (a) na ANAC.

Se vale a pena? Não sei... pra mim valeu. Atualmente estou trabalhando em um hotel, enquanto aguardo a resposta da EK, e acho que o curso me ajudou muito a conseguir este emprego, pois a selecionadora valorizava alguma experiência/ formação em áreas voltadas a hospitalidade, atendimento e serviço ao público. Achei válido também pra aprender coisas novas, ter uma ideia se é isso mesmo que quer fazer pelo resto da vida (ou por parte dela) e pra ter um plano B profissional. Meu desempenho e minhas respostas durante o processo seletivo da Emirates - principalmente na final interview - também melhoraram por eu estar mais inteirado dos assuntos pertinentes a profissão e conhecer melhor as atividades realizadas dentro da aeronave e durante o voo. Sem contar que eu acredito que isso me ajudará muito a ter um melhor desempenho no curso ab-initial da empresa, quando for pra Dubai...

É isso aí,
Agora é só esperar, pra poder voar...