sexta-feira, 9 de março de 2012

EMIRATES - MUDANÇA DE STATUS


Como parte do programa "vigilantes do desespero", o pessoal que passou para a Final Interview resolveu se encontrar no próximo final de semana, pra tomar uns pic-gorós e descontrair um pouco! Nem todos vão poder ir, mas, ao menos quem é de São Paulo acho que vai.

Daí, ontem de tarde, como parte da minha rotina neurótica de ver e rever milionésimas vezes meu status no site da Emirates, me deparei com o seguinte:


(Tá vendo aqui no canto direito - APPROVAL IN PROGRESS)


Então, segundo alguns gurus do Middle East, isso é um bom sinal. Agora, me resta esperar pelos resultados derradeiros. Fiquei feliz pela rapidez em que as coisas estão acontecendo e se alterando pra mim...

5 FEB - Open day
26 FEB - Assessment day
28 FEB - Final Interview
29 FEB - Status muda pra "Application under review"
08 MAR - Status muda pra "Approval in progress"...

Agora, é só esperar pela Golden Call (e torcer pra que ela realmente venha!). Interessante que pra alguns outros coléguinhas que fizeram a FI no mesmo período que eu ainda não houve alteração no status. Tipo, tem gente que ainda está como "applied". Uma outra pessoas está com o status "advert closed". Daí eu me pergunto: o que diabos isso mean? Sei lá! kkk ... em alguns momentos penso que esses status são meramente aleatórios, tipo, uma hora vou entrar no site e meu status vai estar como "let's disco"! kkk ... brincadeirinha!

Meanwhile, de volta para a remota terra do Acre, a amiguinha Nuana, também ansiosa pelo seu resultado, está se acabando e abusando dos doces! Eu já avisei pra ela que o corredor do avião tem só 50cm!!!



(Nuana e seus docinhos)

Mente de gordinho é uma coisa, né! Olha aí a pessoa se acabando nos doces. Depois vai ter que sair desvairada correndo por Dubai pra queimar os pneuzinhos. 50cm Nuana, 50 cen-ti-me-tros!!!

É isso aí! Vamos voar...



quinta-feira, 1 de março de 2012

EMIRATES - FINAL INTERVIEW (2012)


Esta é a terceira fase do processo seletivo de comissários de bordo da Emirates, que realiza sua seleção em São Paulo e outras cidades do país. Pra saber como são as duas fases anteriores, clique aqui para OPEN DAY e ASSESSMENT DAY.

E depois de mais uma grande saga, onde consegui juntar três vidas (os três papeizinhos de aprovação das fases do AD), pegar a peninha e subir no Yoshi, finalmente chegou a hora de encarar o Bowser Koopa e abrir a tela da estrela pra ir pra Dubai (Mario World Fellings).




(Agora é só salvar a princesa...)

E lá estava eu novamente, de frente com Gabi pra mais uma final interview. Dessa vez, eu tentei ser esperto (de novo) e escolher um horário pra minha "FI" no qual eu realmente pudesse estar acordado e em pleno domínio das minhas, já bastante prejudicadas, faculdades mentais. Escolhi então fazer o processo seletivo no segundo dia disponível, no ultimo horário. Então, no dia 28 de janeiro, às 15h15 lá estaria eu tentando conseguir um futuro brilhante numa Cia aérea de primeiro mundo.

Pra variar, eu sou perseguido pela eterna dúvida do: "ser ou não ser" do teatro e, um dia antes da minha entrevista, fui chamado pra fazer o teste de um musical chamado Enlace. Fiz o teste e passei para a segunda fase, que seria no dia seguinte, mas, desisti porque queria dar o meu melhor na Emirates. A véspera da FI foi um dia bem cheio de afazeres como: tirar fotos, buscar meu certificado do inglês e o do meu curso de comissário de bordo, fora o dito teste. Cheguei em casa tarde e ainda tinha que copiar um milhão de coisas e organizar minha pastinha com tudo que precisaria levar no dia seguinte, além de preencher alguns formulários com letra de FORMA E MAIÚSCULA, usando caneta preta. Isso, de verdade, me tomou uma hora! Quando terminei tudo, já era quase 4h da manhã : hora-de-dar-tchau, hora-de-dar-tchau! Quem disse que consegui dormir? Fiquei fritando na cama por causa da ansiedade e do maledeto calor que tem feito em São Paulo. Na FI, eles pedem:


- Mais um currículo, 
- Os formulários do AD preenchidos, 
- Formulário de imagem e tatuagens preenchido,
- Mais fotos casuais (vária pra eles poderem escolher),
- 1 foto de corpo inteiro usando roupa social (preferencialmente tirada em estúdio)
- 6 fotos 3,5X4,5 (de rosto - com roupa social)
- Cópia do passaporte e principais vistos
- Certificado do ensino médio
- Certificado universitário (se houver)
- Certificados de cursos relevantes (idiomas, curso de comissário de bordo, etc)

No dia da FI, acordei as 11h pra ter certeza de que tudo correria bem. Me arrumei, passei aquele laquê MEGA MASTER ULTRA POWER FIXAÇÃO no topete, pra ficar "bunitu"e conferi novamente todos os documentos. Cheguei no hotel Park Inn com 45min de antecedência ao meu horário marcado e lá estava a coleguinha que seria entrevistada antes de mim. Começamos a conversar e eu acabei ensinando a ela umas técnicas de relaxamento, como o "barrigão" - consiste em expandir a barriga o máximo que puder, tipo, como se tivesse enchido a cara de cerveja e estivesse inchado (memória corporal). Funciona bem! Conversamos bastante e acho que ela ficou mais tranquila, mesmo sóbria.

Nesse momento, percebi que a sala onde faríamos a entrevista era tipo um "aquário" e logo avistei a Erna e a Anu. Dei um tchauzinho, mas, fiquei no vácuo! kkk tudo bem! O menino que estava lá fazendo a entrevista logo saiu e a menina foi, toda trabalhada no medo, pra fazer a entrevista dela. Fui falar com ele e percebi que ele estava tranquilo. Ele me disse que a entrevista tinha sido bem light e que as moças foram legais. Conversamos um pouco mais e ele foi embora. Daí, voltei e fiquei na unica cadeira disponível perto da porta da sala. E fiquei lá. E fiquei mais um pouco. E fiquei ainda mais um pouco. Só de butuca tentando ouvir alguma coisa do que elas falavam. Logo-logo chegaria ano-novo, mas, não chegava minha entrevista! Daí... apareceram uns funcionários do hotel e começaram a desmontar a sala onde EU ESTAVA! Tipo, tirar computadores, mesas, tapete, decorações ... até que chegou a hora da minha cadeira. Momento desolação total: fiquei de pé! Mas, tudo bem...

A coleguinha saiu da sala 50 minutos depois, relaxada, e disse que tinha sido tranquilo também, pra eu falar a verdade que ficaria tudo bem. Será que eu tenho cara de mentiroso? Abstraí o conselho, mas, enfim... e eu ainda lá em pé, plantado, esperando! A Erna aproveitou pra ir ao banheiro e a Anupama foi até a porta e falou alguma coisa (que eu não entendi) e eu suponho que fosse: "espere ela voltar". Foi o que eu fiz, depois de SORRIR. Uns 5 minutos depois a Anu voltou à porta e me convidou pra entrar. Começamos a conversar e eu falei "finalmente vocês vão fazer a ultima entrevista, ultima mas não menos importante", ela riu e disse que seria a ultima dela, mas, que a Erna ainda iria para o Rio fazer tuuudo denovo. Daí eu perguntei se ela ia ter tempo de conhecer alguma coisa de São Paulo e ela disse que teria o dia seguinte, mas, não sabia onde ir. Que queria ir na praia. Tive que contar pra ela que não tem praia na cidade de São Paulo, e o castelinho dela caiu nessa hora. Eu me ofereci pra dar umas "tips" de onde ir. Daí a Erna voltou!

Rolou os "greetings" básicos e depois ela pediu desculpas pelo atraso da minha entrevista. Nisso já era 15h50, sendo que eu tinha chegado lá as 14h30, já tinha feito um cachecol e um gorrinho de tricô, só nessa espera. Anyway, ela começou recolhendo os documentos e me devolveu vários dos que eu havia levado, como certificado do inglês e coisas do tipo com o argumento de "evitar excesso de bagagem". Tá bom então.  Os documentos que tive que levar esse dia foram:

Ela então pediu as fotos casuais e eu mostrei minha humildes 60 fotos (sim, realmente 60 fotos) e elas começaram a escolher. Ela achou interessante o fato de eu ter viajado bastante, pra vários países. Pegaram umas 10 fotos ao todo!
Ela rejeitou a foto onde estou na jaula com o leão, porque disse que eles deviam estar livres.




(Minha foto amada por uns e odiada por outros)

Daí, depois das fotos, começamos a entrevista propriamente dita. Ela começou pedindo que eu falasse um pouco sobre mim. Comecei falando que era alguém descontraído, que gostava de ajudar as pessoas, que me sentia bem carregando responsabilidade, que era organizado - e as vezes até excessivamente organizado, e sou mesmo! Minha mãe é virginiana maníaca, então, minhas coisas todas estão dentro de caixas, de todos os tamanhos e cores. Caixas etiquetadas pra dar e vender. Falei que conheço bem as atribuições de um comissário de bordo e que acho muito legais os afazeres que eles tem. Falei mais coisas nessa hora, mas, ahhhh preguiça de lembrar tudo!

Ela então me perguntou o que me atraia na carreira de comissário de bordo, e respondi que sempre fui fascinado por voar e que já tinha trabalhando em uma companhia aérea, não como comissário, mas que sempre que podia fazia viagens porque adorava não só os destinos pra onde eu ia como também estar dentro do ambiente do avião. Até contei pra elas que uma vez fui pra Lima em um dia e voltei no dia seguinte, só porque queria voar e aproveitei pra ir para o destino mais distante que a TAM tinha no Mercosul. O que é bem verdade! Acho que sou meio pino-solto, mas, adoro estar dentro do avião! Olhar pela janelinha me deixa muito feliz... e disse que, apesar de meio clichê, era uma resposta bem honesta.

Ela então me disse que percebeu que eu tinha uma boa desenvoltura pra falar, mas, se alguma vez eu já havia sentido ter ido muito "além do que devia" no sentido de ser descontraído. respondi que no assessment day mesmo isso chegou a acontecer, pois em alguns momentos tentei fazer umas piadinhas ou graças pra descontrair o povo que estava travadão de tensão e alguns olharam com uma cara de "Hello?". Ainda falei que nessas situações o corpo das pessoas fala e dá sinais de rejeição à situação, que só devemos ler esses sinais e recuar um pouco.


Daí, passamos à parte da minha experiência profissional. Ela perguntou sobre alguma situação dificil que pudesse ter tido com clientes e citei uma, na TAM, em que fiquei 3 horas na linha com um passageiro pra achar novamente a viagem com milhas que ele havia reservado e que o sistema tinha "derrubado". Expliquei que nesse dia excedi meu expediente, apensar de trabalhar até a madrugada e depois ficar difícil pra eu ir embora e, como no final das contas a ligação ainda caiu e eu não podia ligar da TAM pra ele pra passar o código da reserva que havia feito, liguei do meu telefone pessoal e que isso, no fim das contas, me rendeu um elogio formal por parte do passageiro. Ela perguntou várias coisas sobre essa situação, tipo, como eu me senti? Como o passageiro deve ter se sentido? Porque eu fiz isso? Etc... depois, ela fez várias perguntas pessoais com referência à família, origens e relação com as pessoas que me cercam. Tudo tranquilo! E a Anupama só anotando... tava parecendo o Chico Xavier psicografando minha entrevista, com a mão na testa e escrevendo sem parar!

A entrevistadora ainda voltou para o tema dos "conflitos" e perguntou sobre dificuldades em trabalhar em grupo e como havia solucionado isso. Citei um caso do teatro e tudo bem, tudo ótimo! DICA#: sempre cite exemplos em que os conflitos foram resolvidos e a situação, no fim das contas, ficou azul. Eles precisam que saibamos como acabar com quaisquer problemas que brotem a 35000 pés. Se não souber resolver problemas na terra, você vai estar nas estatísticas de acidentes aéreos. Depois ela me perguntou como seria deixar o teatro e expliquei que isso não aconteceria por completo, pois já sabia onde fazer aulas de dança e de um grupo de teatro que poderia participar em Dubai de modo que o teatro apenas deixaria de ser minha profissão e viraria um hobby. Ela achou interessante eu fazer aula de balé, jazz e sapateado e ainda brincou que sempre quis, mas, sempre morreu de preguiça. Ainda perguntou coisas sobre meus empregos anteriores como porque saí deles e coisas do tipo, inclusive porque tinha feito um curso de "transportes sobre trilhos". Essa realmente foi uma das coisas mais inúteis que já fiz na minha vida, mas, respondi que tinha uma relação com minha paixão por transportes e movimento e que acabei aprendendo coisas muito interessantes lá (fato) e que isso havia me ajudado a ganhar duas bolsas de estudo integrais pra duas boas universidades.

Daí, começou mais uma sessão de perguntas pessoais, incluindo porque eu queria me juntar à Emirates? Falei que seria uma experiência transformadora na vida e que teria muito que aprender com eles; que adoraria trabalhar em uma das melhores do mundo e aprender a excelência que eles praticam lá, fora que os destinos deles no mundo são interessantíssimos e adoraria voar pra todos eles e que, no mais, eu amava a ideia de ser um comissário de voo e que o amor por alguma coisa é a maior motivação que uma pessoa pode ter pra acordar todos os dias e ir trabalhar - e que se eu pudesse fazer isso trabalhando pra eles, seria algo ainda mais especial.


(Cai, cai, cai, cai...)

Nessa hora eu vi um sorriso e ela falou que as informações eram suficientes. Por dentro rolou um "UFAAAAA" mas, eu ainda não sei se consegui ou não acabar com o grande Koopa. O mais engraçado é que no fim da entrevista eu já estava totalmente à vontade com elas, sendo realmente sincero e falando as coisas mais com o coração do que com a razão. Sei lá, senti que dessa vez eu devia essa sinceridade a mim mesmo. Eu saberia dizer coisas mais próximas ao que elas gostariam de ouvir, mas, esse não seria eu propriamente dito. Acho que depois de tantos sotaques e tantos rostos que elas vêem, elas devem ficar calejadas de caras-de-pau de respostas prontas. A Anupama deu um sorriso também e eu pensei: "Olha gente, ela sorri!?". E essa parte da entrevista acabou. A Erna começou a arrumar as coisas delas, como documentos e fotos de outros candidatos enquanto eu perguntei pra Anu se ela ainda queria as dicas sobre São Paulo.

Daí, eu bem comecei a conversar com ela, numa boa. Ela se mostrou um pouco mais simpática e aberta e eu ensinei pra ela como dizer "obrigado", "por favor" e "eu não falo português", caso ela tivesse que interagir com as pessoas na rua. Sugeri que ela fosse no mercado central, passando pela 25 de março e como toda boa muambeira ela adorou a ideia de comprar acessórios e presentes pra levar pra casa. Falei pra ela provar o sanduba de mortadela do mercado municipal e observar a variedade de frutas que tem lá. Quem disse que eu consegui explicar o que era mortadela? Quem disse que ela sabia o que era "bologna"? Rolou uma explicação tipo "ah, é uma linguiça grande, feita de carne vermelha". Ela que se vire se não gostar! kkk ... ainda falei pra ela visitar a Avenida Paulista e o MASP, e depois ir ao parque do Ibirapuera, descendo rua Brigadeiro Luis Antônio. Ela me perguntou o que era brigadeiro, porque já tinha ouvido falar e eu expliquei que era uma bolinha feita de leite condensado e chocolate... daí, pronto, passei a receita pra ela e falei como fazer! kkk Só eu mesmo! A Erna ainda concordou e disse que era uma delicia. Sugeri dela alugar uma bicicleta e ver a arquitetura dos prédios do Oscar Niermeyer. Ela ficou super empolgada! E eu fiquei feliz em poder ajudar...

Quando saí de lá, percebi que tinha ficado quase 1h20 conversando com elas, contando a sessão "agente de viagens". Corri pra um McDonalds e comi toda a batata frita do mundo, que estava evitando de comer pra evitar de ter espinhas e afins. Cheguei em casa e morri de tanto dormir, porque finalmente, depois de quatro dias, poderia ter uma noite tranquila. Agora estou esperando alguma alteração no meu status do site da Emirates que, por enquanto, esta em "application under review". Se o resultado for positivo, isso deve mudar para "you'll be contacted by your recruitment coordinator" e depois eu devo receber a Golden Call.

Por hora, só me resta esperar e continuar firme e forte no tricô!
É isso aí, vamos voar!